Vindos da tradição indiana, os Nodos Lunares se situam sempre em signos opostos do zodíaco. Eles formam o mesmo eixo e se baseiam na ideia de que devemos percorrer um caminho espiritual.
No plano astronômico, os Nodos Lunares não são um corpo celeste tangível. Eles são simplesmente os pontos de intersecção entre a órbita lunar e o plano da eclíptica terrestre. Em outras palavras, eles se formam quando a Lua se move do hemisfério sul para o hemisfério norte. Como todos os movimentos cíclicos, os Nodos acabarão por fazer a volta completa da roda do zodíaco, isto em 18, 5 anos. Mas preste atenção, a volta acontece na direção oposta do zodíaco, ao contrário dos outros planetas (de Touro a Áries e assim por diante). Deve-se ter em mente, no entanto, que alguns astrólogos usam os Nodos "verdadeiros", enquanto outros preferem a posição "média". Essa noção é, naturalmente, um pouco técnica e às vezes gera uma lacuna de apenas alguns graus. Para os não especialistas, é possível usar como referência as posições dadas pelas efemérides da Nasa.
O que o nosso carma diz?
Os Nodos Lunares são usados principalmente na astrologia cármica. Este eixo nos informa, ao mesmo tempo, sobre nosso passado, nossas conquistas, mas também sobre nossa missão de vida. Em outras palavras, eles se baseiam na ideia de que nós encarnamos trazendo conosco o fruto de nossas vidas passadas. No entanto, não é preciso "acreditar" em vidas passadas para encontrar elementos interessantes em sua análise. Ela pode representar simplesmente um caminho simbólico.
O ponto que representa esse passado é o Nodo Sul, que também é chamado de Cauda do Dragão. Ele descreve os traços comportamentais que adotamos sem esforço, instintivamente. Para os mais avançados na astrologia cármica, este ponto pode até descrever - por sua posição no signo, casa e pelos aspectos com os outros planetas - um país, uma tipologia de pessoa, uma condição financeira, um traço de caráter, se a pessoa gosta ou não de aventuras, etc. Este ponto pode ser utilizado como um trampolim para progredir, para nos apoiar sobre algo sólido. Mas o Nodo Sul também representa as dívidas cármicas, os problemas, as más atitudes das quais não podemos nos livrar, especialmente no caso de aspectos difíceis ou se nos apegamos a elas com muita força.
O Nodo Norte, a Cabeça do Dragão, representa, ao contrário, nossa meta de vida na Terra. Ele descreve aquilo que devemos buscar, nosso ideal de evolução. Naturalmente, ele exige esforços, pois é uma questão de progredir, de nos aperfeiçoar e de descobrir um novo modo de viver, de nos comportar. Alguns astrólogos também veem este ponto como a marca da nossa futura encarnação: que tipo de mulher ou homem podemos ser em uma versão melhorada? Trabalhador, focado em sua vida interior, etc. As mesmas questões surgem para o Nodo Sul, mas para o futuro. De qualquer forma, mesmo sem acreditar na reencarnação, é interessante descobrir o nosso potencial oculto, que permitirá que nos sintamos melhor. E é isso que o estudo dos Nodos Lunares permite.
No ritmo de nossa existência
Com base na duração do ciclo astronômico, já podemos prever as principais idades chave, nas quais os Nodos se encontrarão em sua posição de nascimento. Trata-se de:
18-19 anos: Tornamo-nos um jovem adulto e ganhamos consciência de nossa identidade, dos desafios que surgem em um determinado ambiente (encarnação atual).
37 a 38 anos: Esta é a idade das primeiras grandes realizações: escolhemos uma profissão, muitas vezes nos tornamos pais e nos preparamos para a virada dos quarenta.
56-57 anos: É o momento da maturidade. Podemos olhar para trás e ver o caminho realizado. Talvez ainda precisemos consertar o que precisa ser consertado, e talvez embarcar em um desafio profissional definitivo.
74-75 anos: Podemos esperar, se tivermos entendido bem o nosso modo de vida indicado pelos Nodos Lunares, ter adquirido essa famosa sabedoria que nos permite estar em paz.
Em suma, esses períodos muitas vezes correspondem a etapas importantes da vida, o que nos força a reconsiderar o caminho que percorremos. Sem saber, estamos inclinados a fazer um balanço dos sucessos e fracassos que nos marcaram e a modificar nosso comportamento de acordo com nosso grau de maturidade. Costuma-se dizer que somos frequentemente atraídos pelo signo e pelos valores/pela casa do Nodo Sul: é normal, esse ponto representa um lugar que conhecemos bem. Mas se quisermos evoluir, devemos aprender a nos desapegar daquilo que representa o Nodo Sul para ir ao seu ponto oposto, o Nodo Norte. Muitas vezes, é mais fácil fazer isso quando temos mais experiência.
A posição dos Nodos Lunares é sempre pessoal, pois, se eles ficam no mesmo signo por quase dois anos, as outras posições dos planetas ou das casas dependerão de nossas coordenadas de nascimento. Então, os aspectos que fluem são únicos: eles nos mostram se podemos contar com apoios ou freios em nosso caminho de vida. Se é preciso fazer sacrifícios para esperar ser uma pessoa melhor. É, portanto, mais ou menos "fácil", dependendo do caso. Com o tempo, muitas vezes aprendemos a relaxar para nos superar, e as provações que a vida nos impõe podem ser vistas como oportunidades para desenvolver a aceitação do próprio destino. Quando realmente somos bem sucedidos, é porque, sem dúvida, somos uma alma antiga, que já adquiriu sabedoria acumulada.
Enfim, devemos também saber que não se trata de escolher o Nodo Norte e abandonar o Nodo Sul. Isso seria um erro também. Precisamos encontrar um equilíbrio sutil entre conhecimento e descoberta, entre facilidade e desafio. É, portanto, uma arte conseguir determinar se nossas ações refletem uma boa apreciação dos desafios.